sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Boêmios do Laguinho, 65 anos de história



A Universidade de Samba Boêmios do Laguinho festeja dia 2 de janeiro, os 65 anos de fundação da agremiação que terá como temática “Ópera da Nação. A saga dos Malandros”. O evento será realizado no Theatro do Samba, sede da agremiação no Laguinho, a partir das 20h. A entrada é gratuita.

A programação irá contar com a apresentação dos pontos técnicos da Escola como: escolinha de passistas e de Mestre-sala e porta-bandeira, os intérpretes da Nação, Bateria Pororoca, comissão de frente e outros.  O evento terá também a participação especial de grupos do segmento da dança, toada, teatro e quadra junina.

O diretor de Carnaval da Boêmios, Cláudio Rogério, explica que a apresentação irá fazer uma viagem no contexto histórico de Boêmios de Laguinho desde sua fundação até os dias atuais. “Vamos ressaltar as grandes conquistas que a escola teve. Em um formato musical a ideia é que cada ponto técnico conte pouco da trajetória da agremiação”, explicou.  

Adryany Magalhães
Assessora de Comunicação/ AUSBL
Contato: 99144-5442

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Para onde vai o carnaval amapaense ?

(Foto: John Pacheco/G1-AP)

Rodolfo Juarez 

Depois da empolgação trazida pelos carnavais da segunda metade da década de 1990 e de grande parte da década de 2000, a década de 2010 está conseguindo consumir todas as conquistas acumuladas desde os primórdios dos desfiles das escolas de samba na Praça Barão, depois na Avenida FAB e no Sambódromo. 
No carnaval dos três últimos anos não só o Sambódromo ficou em silencio e sem o desfile das escolas de samba.  

Também as comissões de frente, mestres-salas e porta-bandeiras deixaram de evoluir, os carros alegóricos não saíram dos barracões, a rainha de bateria não se apresentou e as próprias baterias calaram e não permitiram que os enredos fossem desenvolvidos e os interpretes pudessem cantar a todo fôlego. 

Os brincantes não desfilaram e os torcedores não torceram. As equipes de apoio não apoiaram e os ambulantes não venderam. A imprensa não registrou, os espectadores ficaram em casa, mas todos se perguntando: para onde vai o carnaval amapaense? 

O carnaval do Amapá que chegou a ser classificado como o mais importante da Amazônia, e um dos mais qualificados do Brasil encolheu, murchou e só não desapareceu completamente porque o calendário não permite e por ter, os foliões, ido atrás de alternativas e inventado o carnaval de Santana e mantido o carnaval de blocos, embora sem maiores pretensões a não ser brincar o carnaval. 

Não faz tempo que a pista da Avenida Ivaldo Veras era disputada por muitos e, pelo menos 40 mil pessoas participavam, diretamente, do carnaval amapaense e movimentavam valores que eram significantes para os grandes, médios e pequenos empresários e para aqueles que exerciam a atividade comercial apenas no período do carnaval – os ambulantes. Além desses as costureiras e costureiros, os interpretes, os coreógrafos e tantos outros profissionais participavam do projeto carnaval, impulsionando a economia, a cultura e dando oportunidade para os lazeres particulares. 

Nos últimos três anos a criatividade dos carnavalescos do Estado do Amapá foi congelada por um grupo que está tendo dificuldades para justificar a interrupção, a falta de compreensão da realidade e, principalmente, deixando de reconhecer a capacidade criativa daqueles que poderiam estar comandando o carnaval no Amapá e se deixaram dominar por aqueles que nunca vão interpretar o carnaval como uma festa do povo e sim como uma janela para mostrar seu egoísmo e seus sonhos. 

Mas a situação tem muito a ver com a interpretação da realidade de parte daqueles que assumiram a responsabilidade pela gestão dos interesses da população. Não é possível que não haja a percepção da importância do evento que no resto do Brasil só cresce e o setor público não tenha interesse em colocar-se parte do ambiente favorável para proporcionar oportunidade de festa para um povo que está desaprendendo a comemorar suas próprias conquistas. 

Colocar a desculpa na crise é desconhecer a capacidade de superação de uma população que precisa apenas de oportunidades. Não dá para aceitar a punição da população só porque ela reclama dos serviços de saúde pública, de educação pública e da segurança pública. 

Confundir essas coisas é encomendar a tristeza para os mais carentes, aqueles que não têm voz, mas que tem a maior dependência das decisões dos governantes.  

O carnaval amapaense pode ficar reduzido à Banda, aos poucos blocos e às muitas reclamações daqueles que querem apenas um motivo para ver que podem ser iguais aos outros e que crises se vence com alegria, competência e compromisso, não com abandono, descaso ou desculpa.